quinta-feira, 29 de novembro de 2012

2 métricas, 1 filtro: as 51 empresas classificadas.


Olá colegas Investidores! 

Conforme o Ipê Investidor tinha relatado no tópico "2 métricas, 1 filtro", após a sua aplicação nas empresas listadas chegou-se ao número de 51 empresas aptas na época a passar para um segundo processo de triagem. Neste post o vegetal da família das Tabebuias disponibilizará a lista resultante e tecerá alguns comentários sobre ela.


E aproveitando que iria escrever sobre este assunto, o Ipê Investidor criou uma planilha digital para calcular a valorização dos papéis. Considerou-se a data inicial dia 31 de dezembro de 2011 e a final dia 23 de novembro de 2012 (o ROE utilizado na tabela é o do dia 23 de novembro). O Ipê-amarelo também calculou a capitalização dessa lista com base no dia 23 e mais alguns parâmetros. Deixo claro aqui que o intervalo de tempo da análise é pequeno, desta forma tirar conclusões sobre as empresas ou o mercado com base no que aqui está sendo exposto é errado.

Vamos aos fatos:



Setorizando a lista de forma simples e objetiva, temos abrangência de mais ou menos 8 setores assim distribuídos:

- 9 empresas ligadas ao setor de consumo/varejo;
- 12 empresas do setor financeiro;
- 11 empresas de utilidade e 3 concessionárias de rodovias;
- 4 empresas de serviços;
- 7 empresas ligadas à construção civil;
- 1 empresa de mineração;
- 2 empresas do setor industrial metal/mecânico;
- 2 empresas da área da saúde.

A valorização média das ações mais negociadas das empresas listadas no filtro foi de 23,17%.

A capitalização total desta lista na data final era de R$ 1,116 trilhões, o Ibovespa estava em R$ 1,867 trilhões. As 10 primeiras ações por capitalização somavam 77,6% (R$ 866 bi) do valor de mercado total da lista, as 20 primeiras representavam 90% (R$ 1 tri). A valorização média da cotação das 10 primeiras empresas por valor de mercado da lista ficou em 20%, a das 20 primeiras ficou em 19%. 
A valorização média das ações ordinárias que compõem a lista foi de 29%, a valorização média das ações preferenciais foi de 6%.

As 10 primeiras ações classificadas pelo ROE alcançavam robustos 35,8%, as 20 primeiras chegaram nos 35,5% de valorização desde o fim de 2011, definitivamente bons números para as condições de mercado atual, nesse ponto é interessante realizar uma pesquisa pra ver a resiliência do ROE destas empresas. Uma observação a se fazer aqui é que a Tarpon (TRPN3) líder do ranking apresentava rentabilidade levemente negativa (-0,96%) no dia da coleta dos dados. A empresa AES Tietê (GETI3,4) também apresentava rentabilidade negativa de cerca de 20% nas suas ações.
As 10 primeiras ações pelo ROE correspondem a fatia de 16% (R$ 181 bi) da capitalização total da lista, as 20 primeiras correspondem a 45% (R$500 bi). 

Mudando de filtro e ranqueando a lista pelo critério de valorização no período temos o seguinte. As 10 primeiras ações ordinárias neste critério apresentaram uma valorização média de quase 82%, as 20 primeiras apresentaram valorização média de 63%. Cabe destacar aqui que utilizando esse critério as 10 primeiras ações apresentam um ROE médio de 23%, bem menor que o ROE médio das 20 primeiras que é de 37%, o que corrobora aquilo que o Ipê-Investidor relatou no começo do texto, os dados analisados são de curto prazo e não servem para conclusões mais aprofundadas, sendo apenas um filtro indicativo inicial que esta Tabebuia utiliza para a escolha das ações que comporão o seu portfólio no futuro. 

Tomando esta lista como uma espécie de índice ponderado por fundamentos do Ipê Investidor® (brincadeirinha), um tipo de índice comum no mercado americano, mas que infelizmente ainda não ganhou o gosto do mercado tupiniquim os números parecem bem melhores que o IBOVESPA. Aliás, os bem-vindos fundos de índice ainda estão engatinhando no Brasil apresentando uma liquidez que com muito boa vontade dá pra se classificar como razoável. Índice ponderado por fundamentos eu nem sei se existe por aqui, provando a incipiência do nosso mercado financeiro no que tange a opções de investimento. Num post futuro abordarei a questão dos fundos de índice e a diversificação do portfólio.
Bom por enquanto era isso colegas Investidores! Nos próximos dias divulgarei a carteira do Ipê-Investidor, infelizmente não tem muito a ver com esta lista. Peço que comentem ou critiquem a lista e os filtros, pois a opinião e o exercício do contraditório engrandece o blog e as nossas opiniões sobre Investimentos.

É isso aí, good vibrations!




Tudo o que foi escrito aqui não se configura de forma nenhuma em recomendação para investimentos, se o leitor não se sentir preparado para investir por conta própria é interessante procurar um profissional certificado e de confiança e continuar os estudos, afinal se parou pra ler até aqui é sinal que deve estar se preparando.

sábado, 17 de novembro de 2012

Investimentos que geram Caixa x Investimentos que geram Valor.

Investimentos que geram Caixa x Investimentos que geram Valor. O ponto de vista do Ipê Investidor!

Existe uma discussão no ótimo Blog do Corey sobre as vantagens de se investir em ativos que garantam fluxo de caixa ou ativos que gerem valor, o Ipê Investidor vai tomar a liberdade e dar a sua opinião furada sobre o assunto.

A comparação entre dois títulos do tesouro de natureza diferente  (NTNB e NTNB-Principal) é de uma certa forma teórica demais. É fato que dois ativos que tenham uma taxa de juros semelhante e onde o custo de oportunidade não tenha sido levado em consideração irão produzir resultados muito próximos, ainda mais quando consideramos que a administração dos fluxos de caixa "teoricamente" não terá custos pois quem vai reinvestir o dinheiro é o próprio investidor.




Porém, o Ipê Investidor não consegue visualizar um investidor em fluxo de caixa que não vá realizar retiradas ou que não reinvista em ativos diferentes em algum ponto da caminhada, nem um verdadeiro investidor em valor que vá escolher um título do tesouro em detrimento de alguma empresa ou de um grupo de empresas que apresentem um real aumento de Valor Econômico decorrente de um negócio verdadeiramente lucrativo.

Devemos lembrar aqui que uma Empresa tem uma algumas vantagens em empregar o dinheiro  que seria teoricamente distribuído ao acionista na sua operação:

1. quando bem investido esse dinheiro aumenta a capacidade da empresa em gerar receita (gerar o grande número positivo que queremos ver no fluxo de caixa livre);
2. o dinheiro investido em CAPEX certamente será abatido na forma de depreciação;
3. convenhamos, os contadores de uma Companhia listada na bolsa serão mais felizes do que os pequenos investidores na prática da elisão fiscal. (Infelizmente muitas vezes eles são felizes em engambelar os acionistas minoritários também, todo o cuidado é pouco!)


O Ipê Investidor também considera que o tamanho dos aportes, a situação patrimonial e a idade do investidor são importantes para a escolha do perfil dos ativos que vão compor o portfólio. Um investidor que está perto da aposentadoria ou mesmo da semi-aposentadoria deve pensar em ativos que gerem fluxo de caixa. Nesta altura o importante mesmo é já ter acumulado o patrimônio necessário, se esse não é o caso só lamento, o investidor estará em maus lençóis com ativos que gerem fluxo de caixa ou ativos que gerem valor. 




A opinião do vegetal que aqui vos escreve é que o fluxo de caixa bom é aquele que quando reinvestido agrega Valor Econômico ao negócio sobretudo quando pensamos em investimentos com horizontes de maturação mais dilatados como 5, 10, 15 anos.

Quando o Patrimônio Líquido estiver consolidado e os cabelos brancos estiverem em maior número que os pretos, aí sim é hora de ir atrás de investimentos que gerem fluxo de caixa.


É isso aí, good vibrations!








Olá colegas investidores, acabo de ler o interessante artigo "50 Unfortunate Truths About Investing" de autoria do analista Morgan Housel do site The Motley Fool, recomendo a leitura à todos. O articulista tece 50 pequenos axiomas um tanto "ácidos" sobre o mercado financeiro, acredito que bastante gente irá se identificar com pelo menos algumas das "verdades"  ditas pelo autor.
Vou fazer questão de transcrever um dos axiomas aqui no blog:

34. "For most, finding ways to save more money is more important than finding great investments."

O Ipê Investidor é confessamente suspeito pra falar do site. O vegetal já comentou no post anterior que parte do seu filtro inicial para escolher empresas que possam virar investimento é inspirado em artigos disponibilizados no site. Existe uma espécie de série muito boa sobre educação financeira lá, o que nos traz ao excelente artigo "13 steps".
A grande limitação do site é a mesma de quase todo o conteúdo estrangeiro publicado sobre o mercado financeiro. O fato de que ele é orientado pro mercado financeiro americano, então contas IRA`s, 401k, ETF`s com grande liquidez e um bom número de empresas pra escolher não são a nossa realidade portanto temos que ter cuidado.

É isso aí, good vibrations!!!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

2 métricas, 1 filtro.


Olá colegas investidores, neste post o Ipê Investidor irá abordar um filtro que ele considera simples e eficiente para realizar uma primeira separação entre o que presta e o que é porcaria no mercado acionário da terra brazilis!

O raciocínio por trás do uso destas 2 métricas é simples:

1 - a empresa tem que estar fazendo dinheiro de fato e não de mentirinha por contabilidade criativa.



2 - a empresa tem que fazer e aplicar esse dinheiro de forma economicamente eficiente.



A métrica que baliza o raciocínio número 1 é o conceito denominado Free Cash Flow que o Ipê Investidor aprendeu lendo os artigos do excelente site The Motley Fool. O que o vegetal faz é ir no Demonstrativo dos Fluxos de Caixa anual da empresa e fazer a seguinte conta:


 [Caixa Líquido Atividades Operacionais] - [Caixa Líquido Atividades de Investimento] = O que queremos aqui é um grande número positivo!!!

A métrica por trás do ponto número 2 é o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), aqui o Ipê Investidor descarta qualquer negócio com ROE abaixo de 15%, o ideal são negócios que apresentem um ROE acima de 20%.

Alguém disse que uma certa vez o Warren Buffett falou: "Comece pela letra A", ou seja, o Ipê pega a primeira ação da lista de empresas do site da bovespa e aplica a primeira métrica: resultado positivo guarda, negativo descarta. Qualquer dificuldade de interpretação no fluxo de caixa ou a ausência do mesmo nos Demonstrativos Financeiros é motivo pra descarte da empresa. Como o mercado financeiro brasileiro é, digamos, "um pouco atrasado" parece que as demonstrações de fluxo de caixa só passaram a ser obrigatórias de uns 5 anos pra cá, então o vegetalzinho faz a conta pra pelo menos os últimos 3 anos neste filtro.




Como disse: Grandes números positivos passam, números negativos ou ausência de números rodam.

Após chegar na letra Z, este vegetal aplica o segundo filtro nas empresas que passaram e foram pra segunda fase do campeonato. Qualquer empresa que apresente um ROE menor que 15% roda e o Ipê descarta, ROE entre 15 e 20% fica em uma lista e ROE > que 20% fica em outra.




Este ano o Ipê chegou numa lista de 51 empresas utilizando este filtro básico. O vegetal  da família das Tabebuias pretende aplicar este filtro anualmente e guardar os resultados numa lista de acompanhamento para estudos posteriores sobre os ativos e até possíveis aquisições, depois é claro de realizar uma análise mais aprofundada da empresa envolvendo outras variáveis contábeis como a dívida da empresa, o crescimento dos lucros, as características do setor, P/L, governança, etc...
O Ipê fica devendo a lista das empresas neste post, outro dia eu disponibilizo a mesma no blog, mas quem quiser fazer comentários ou críticas ao filtro do Ipê Investidor sinta-se à vontade!

É isso aí, good vibrations!!

P.S.: tudo o que o Ipê Investidor disse ou venha a dizer aqui neste blog não deve ser de forma alguma interpretado como recomendação de investimento pra qualquer pessoa da face da terra.





terça-feira, 13 de novembro de 2012

Como este Ipê foi parar no mundo dos investimentos!

Começando o blog de forma autobiográfica vamos explicar a saga do Ipê Investidor até o instigante mundo dos juros compostos!

Esta Tabebuia começou a ganhar/gastar seus primeiros tostões como músico, alimentando o sonho de ser um futuro guitarrista superstar de bluesrockreggae! Nesta época o nível de conhecimento financeiro desta Tabebuia era absolutamente zero.

Ipê Investidor nos seus tempos de guitarrista dividindo o palco com um vocalista um tanto egocêntrico que pirou o cabeção.

Passados uns 5 anos de estudo, ensaio, palcos, viagens, festas, biritas, percalços e fluxo de caixa negativo (e metade de uma faculdade de música no meio disso tudo) comecei a esboçar um plano B, pois me dei conta de que a carreira de músico estava empacada. Resolvi então voltar pra faculdade, nesse tempo ainda tocava na night com algumas bandas, porém um amigo de infância me chamou atenção pra tal da Bolsa de Valores, por coincidência essa época eu estava lendo o livro Pai Rico, Pai Pobre. Era o ano de 2007 e a bolsa andava perto do auge da "ezuburrância irracional da era lula" (te cuida Allan Greenspan), tudo subia e todo o matuto que tinha uns vinte conto na mão era o "próximo milionário da bovespa", então, empolgadaço mas sem um puto no bolso comecei a brincar com a paradinha no conhecido investfolha.


                          Ipê sonhando em ficar milionário com AT.

Interessado na bolsa, paralelamente à faculdade comecei a adquirir conhecimento sobre o assunto e como não poderia deixar de ser acabei me deparando com a escola da Análise Técnica (AT). O mundo sedutor da especulação não levou mais um incauto porque o Ipê que aqui vos fala ainda era um ignorante financeiro, então, além do dinheiro ser curto o Tabebuia era um perdulário convicto, não sobrava nada pra investir na bolsa!!
Veio a crise de 2008 e o Ipê aqui assistiu fascinado da arquibancada os ativos literalmente derreterem dia após dia em questão de semanas (deixo claro que a opção de assistir da arquibancada se deu pela total falta de dinheiro e não porque eu tenha feito qualquer previsão de qualquer forma o debaclê).

                                      Ipê-amarelo observa a crise financeira mundial.

Um certo dia lá por 2009 o Ipê entra calmamente numa livraria da sua cidade natal e na estante dedicada à economia o vegetal visualiza um livro de capa branca, com detalhes em  azul claro e com o título escrito em vermelho: "The Intelligent Investor" (como todos sabem, traduzido para o português significa "O Investidor Ignorante") de um tal de Benjamin Graham. Nesta altura do campeonato o Ipê já tinha lido o livro "O Tao de Warren Buffet" e estava ficando interessado naquela metodologia de aplicação orientado pelo negócio subjacente ao papiro. Além do mais, com o episódio da crise de 2008 o Ipê ficava com aquela pulga atrás da orelha pensando "mas como pode?? O negócio simplesmente não perdeu sequer um fiapo da sua capacidade produtiva e caiu de preço como se todas as suas instalações tivessem sido bombardeadas pelos exércitos dos imperiais?!?!"


Com a leitura do Investidor Inteligente o Ipê começou a se aprofundar na seara da Análise Fundamentalista (AF). Desde então foi um processo arrebatador, os ensinamentos do Decano Mr. Ben Graham sobretudo nos primeiros capítulos do livro abordando a figura do investidor individual fez muito sentido pro vegetal.
Ao longo desse tempo o Ipê  acumulou algumas horas-bunda lendo sobre a AF apesar de ser um mero diletante e portanto praticamente um leigo.
Após se formar na faculdade em 2010, no final deste mesmo ano começou sua jornada no mundo da labuta se esforçando pra juntar um trocado e finalmente realizando seu primeiro aporte e comprando as suas primeiras cotas do "Ipê-amarelo Fund" já em fevereiro de 2011. Desde então o Ipê tem realizado aportes mensais que começam a estruturar o pequeno portfólio do Ipê-amarelo Found que será esmiuçado em breve em postagens posteriores.
Todo esse esforço em busca da tão sonhada independência financeira pra que um dia esse belo Ipê-amarelo chegue aqui:

  Imagem  do Ipê-amarelo curtindo a sua guitarrinha, sua aposentadoria e seus cabelos grisalhos em 2042.



P.S.: a cronologia dos fatos com certeza foi seriamente distorcida, a precisão das informações aqui prestadas também estão comprometidas pela ausência de memória do Ipê.

Até o próximo post, quando o Ipê cortará a bobeira e irá ao que interessa: os investimentos!



domingo, 11 de novembro de 2012

Olá colegas investidores, começo hoje um novo blog sobre investimentos. O motivo pelo qual estou aqui foi a necessidade de trocar idéias sobre os investimentos e o ambiente do mercado que nos deparamos aqui na "terra brazilis".
O blog também surge da necessidade pessoal de estabelecer um espaço dedicado ao contraditório para às minhas teorias sobre o mercado e sobre as empresas que eu invisto e/ou estou pensando em investir. Espero que eu consiga desenvolver aqui mais um bom canal de discussão sobre investimentos na blogsfera, abraço à todos.

Ipê Investidor.