segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

As 15 perguntas de Philip Fischer.

Olá colegas Investidores!

Neste post o Ipê Investidor traz alguns rudimentos da metodologia de investimento do investidor Philip Fisher, autor do livro "Common Stocks, Uncommon Profits" traduzido para o português com o título de Ações Comuns, Lucros Extraordinários (acredito que a tradução mais precisa seria Ações Ordinárias, Lucros Extraordinários, porém provavelmente 70% do público brasileiro associaria a palavra ordinárias a algo negativo),
Warren Buffett costumava dizer que sua filosofia de investimento era 85% Graham e 15% Fisher, Se o velhinho diz isso quem sou eu pra dizer o contrário! Uma passagem pitoresca sobre os dois é o fato de que o P. Fisher sempre chamava o W. Buffett pelo nome do seu pai Howard Buffett, esse fato é confirmado na biografia de Buffett que dizia não se importar com isso, aliás, Buffett deixa claro a grande estima que tinha por P. Fisher
O livro é tiro curto, trazendo uma abordagem da Análise Fundamentalista sob uma perspectiva mais holística, focando nas perspectivas do negócio e suas estratégias de crescimento sustentável e deixando os números do balanço em segundo plano. Acredito que o livro traz boas sacadas sobre o mundo dos negócios, se valendo da  vasta experiência que o autor acumulou atuando a vida inteira como gestor no mercado de capitais. É também uma boa alternativa para olhar a AF de forma diferente, principalmente quando estamos muito mergulhados nos livros de contabilidade, calculando cada centavo do balanço da empresa e quem sabe deixando de focar aspectos importantes que os números tem menos condições de responder. 
As 15 perguntas fazem parte do que autor chama de método Scuttle Buttin' e para cada pergunta o autor faz um comentário detalhado sobre o que ele quer saber com aquela pergunta, permeando a narrativa com exemplos pontuais que o autor vivenciou ao longo da carreira.

Seguem as 15 perguntas:

1) A empresa possui produtos ou serviços com potencial de mercado suficiente para viabilizar um aumento considerável nas vendas por diversos anos?


2) A administração está determinada a continuar a desenvolver produtos ou processos que aumentariam ainda mais o potencial do total de vendas caso o potencial de crescimento das linhas de produção mais atraentes do momento já tenham sido explorados exaustivamente?

3) Quais são os efetivos esforços da empresa em P&D em relação ao seu porte?

4) A empresa possui uma organização em vendas acima da média?

5) A empresa possui uma margem de lucro considerável?

6) O que a empresa faz para manter ou melhorar as margens de lucro?

7) A empresa possui boas relações trabalhistas com o quadro de pessoal?

8) E empresa conta com boas relações com seus executivos?

9) A empresa conta com certa profundidade em relação à sua gestão?

10) Quão boa é a auto-análise da empresa e o seu controle contábil?

11) Há outros aspectos da empresa, peculiares ao segmento de atuação envolvido, que possam dar ao investidor 
dicas importantes sobre como a empresa pode sobressair com relação à competitividade?

12) A empresa possui uma estratégia de curto ou de longo prazo em relação aos lucros e resultados?

13) Será que num futuro previsível, o crescimento da empresa exigirá uma parcela maior para investimentos 
sobre os resumos financeiros positivos, a ponto de diminuir a distribuição de dividendos provenientes desse crescimento antecipado?

14) A empresa fala abertamente com os investidores sobre os seus negócios quando as coisas vão bem, mas “se fecha” em situações conturbadas e diante de decepções?

15) A empresa conta com uma diretoria de integridade inquestionável?

As perguntas já deixam claro a preferência do autor por investir em empresas que tem perspectivas de crescimento em valor e com excelentes administrações, não se importando muito com dividendos. Não entendo ser possível para o Investidor pessoa física (quem sabe nem pros tubas e nem pros próprios gestores das empresas) responder essas questões com cem por cento de precisão. Além disso, temos que ter em mente que o Sr. Fisher era um gestor que conforme informações do livro, tinha o hábito de pesquisar sobre as empresas e setores diretamente com as pessoas envolvidas, sejam gestores ou empregados. Isso é um privilégio de quem trabalha em tempo integral com investimentos, o que não é o caso do Ipê Investidor, que diga-se de passagem sequer pode dizer que trabalha com investimentos.
Particularmente eu gosto de pensar sobre os conceitos intrínsecos às 15 perguntas em relação aos investimentos do portfólio do Ipê Investidor. Também penso nesses conceitos em relação às empresas que possam compor o portfólio no futuro.

As perguntas número 1, 9 e 12 também podem auxiliar objetivamente na busca por empresas que não deixem os Investidores no mato-sem-cachorro por eventos do tipo:

1 - Venda caiu, lucro fugiu!


9 - Apertem os cintos, o gestor sumiu!



12 - LUCRÃÃÃOOO!!! lucrinho... lucrinho... lucrinho... lucrinho...  lucrinho... lucrinho... lucrinho...



O Sr. Philip Fisher faleceu em 2004 aos 97 anos. Homenageando postumamente posto o vídeo homônimo ao método, do mestre Stevie Ray Vaughan... Scuttle Buttin`!!




É isso aí, good vibrations!!

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