sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A regra dos 4%.

Olá colegas investidores!

Hoje o Ipê-amarelo vai comentar sobre uma regrinha muito prática para auxiliar o gerenciamento dos portfólios dos investidores que desejam não só alcançar a independência financeira, mas que ela dure ao menos tanto quanto durar o poupador!

Essa regra se chama "A regra dos 4%.", o Ipê Investidor a conheceu no livro "O Mapa da Fortuna - as 10 rotas para enriquecer" da autoria de Ken Fisher (sim, ele é filho do Philip Fisher). Desde já recomendo o livro aos os leitores do blog e deixo aqui uma bela frase   disparada pelo autor já no prefácio do livro: 

"Sinta-se à vontade para discordar, mas não vejo muito mérito na pobreza." 

A regra dos 4% encontra-se justamente no capítulo que fala da décima rota, descrita pelo autor como a rota mais usada. A décima rota consiste em poupar dinheiro e investir de forma consistente durante a vida inteira a fim de alcançar a Independência Financeira.
Bom vamos aos fatos, o que são esses benditos 4%???

Segundo o autor, 4% é o percentual do seu patrimônio líquido que o investidor poderia sacar anualmente e garantir ao mesmo tempo que este patrimônio dure ao menos tanto quanto o investidor, admitindo que o portfólio obtenha ao menos um retorno médio próximo ao retorno médio esperado do mercado.
O interessante desta regrinha é que ela se torna um jeito simples de calcular o fluxo de caixa passível de se obter do portfólio quando chegar o momento de começar as retiradas, tudo isso projetando uma expectativa de vida de 85 anos.

Exemplo:

Valor do Patr. Liq. = $1.000 

4% = $40

40 / 12 = $3,33

Os $3,33 é o valor mensal passível de se retirar de um patrimônio de $1000.

É interessante também pensar na regra de forma reversa.

Exemplo:

Quero ter uma renda mensal de $10.000 na aposentadoria, quanto preciso juntar de patrimônio para isso?

Renda = 10.000 x 12 = 120.000

4% = 120.000

Fazendo uma regra de três simples temos: patrimônio = (120.000*100)/4, então:

Patrimônio = $3.000.000

P.S.: Esse valor não considera a variável tempo, e lembremos que esta variável é importantíssima no cálculo financeiro. Mas como eu disse, a regra é SIMPLES! 

A regra é simples, porém não é simplória. Ela foi demonstrada através de simulações de Monte Carlo, que indicaram ser essa a porcentagem de retirada anual máxima do patrimônio, para que o patrimônio não diminua quando se considera um investimento de longo prazo e um portfólio que obtenha um rendimento histórico parecido com o rendimento do mercado.

É isso aí, good vibrations!!!




terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Compra do Mês.

Olá colegas Investidores!

Mês passado o Ipê-amarelo Fund não efetuou nenhuma compra, como eu tinha relatado um tempo atrás o Ipê pretende aumentar paulatinamente o número de empresas investidas, no intuito de diminuir a volatilidade da carteira. Sempre dando prioridade pros fundamentos do negócio.
Como sobrou um dinheiro parado na conta da corretora, o Ipê-amarelo Fund® investiu algum capital na empresa Valid, comprando as ações com um preço médio de R$ 39,78 aproveitando as últimas quedas da cotação da empresa.


Essa empresa já estava no radar do Ipê há algum tempo, acredito que ela tem apresentado bons números desde que estreou na Bovespa. O modelo de negócios da empresa parece ser bastante resiliente, nota pro lucrativo segmento de Sistemas de Identificação (carteiras de identidade, habilitação, selos para documentos notariais) que apesar de ser um monopólio do "nem um pouco confiável" estado brasileiro, quando a licitação do serviço é garantida pela empresa, as características do monopólio beneficiam a empresa prestadora do serviço.
No último ano a empresa tem investido em certificação digital um mercado que recentemente experimentou uma expansão de até 3 dígitos e que tem um uso potencial em uma ampla gama de setores privados e públicos ja é uma prática consolidada em função da redução enorme de custos e da aceitação legal desse tipo de documento. Hoje um documento certificado com assinatura digital vale tanto quanto um documento em papel assinado.
Este novo investimento ainda não deu retorno então ficaremos atentos ao custo e a previsão de maturação desse investimento pela empresa (sem enrolation hein!!).
Como o aporte de janeiro foi turbinado pelo décimo terceiro, a aquisição da participação na Valid se deu com um montante levemente maior que o usual, levando a empresa para a 5° maior participação da carteira de um total de oito empresas investidas, com 9% do valor total da carteira do Ipê-amarelo Fund.

É isso aí colegas Investidores!

Good Vibrations!

Tudo o que foi escrito aqui não se configura de forma nenhuma em recomendação para investimentos, o leitor não deve tomar nada do que foi dito neste blog como recomendação para investimento, não sou profissional da área. Se o leitor não se sentir preparado para investir por conta própria é interessante pensar em procurar um profissional certificado, de confiança e continuar os estudos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fechamento de Janeiro 2013.

Olá colegas Investidores.


Janeiro de 2013, um mês infame.

Nada define melhor o mês para mim do que essa frase. No começo do mês recebi a notícia que um amigo estava doente, um cara jovem, talentoso e importante dentro do seu ofício de manter os puli-ticos nas rédeas de uma ao menos disfarçada moralidade.Tenho tentado dirigir todas as minhas energias positivas para ele e sua família, e torço muito pela sua recuperação.
Num contínuo, Santa Maria.
A minha querida cidade, onde morei desde sempre.
Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 a terra dos meus foi abraçada pelos frios e indiferentes braços da morte. A sanha da ignorância público/privada, o "modus-operandi brasilis" tão comum entre nós acionou uma cadeia de erros, corrupção, má-fé e imperícia que lentamente, ano-após-ano arquitetou aquela tragédia que traz prejuízos incalculáveis.
Morreram ali cerca de 240 jovens, na sua maioria estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, outros tantos estão em estado grave. Enfim, um episódio triste e lamentável. O mínimo que se espera agora como demonstração de que existe algum pingo de esperança nas instituições brasileiras é que os culpados sejam devidamente acusados e punidos.


Mas vamos ao fechamento do mês de  janeiro.


Não fiz nenhuma compra em janeiro, além dos acontecimentos já citados eu realizei uma mudança de residência, o que me tomou tempo e dinheiro. O Ipê Investidor então somente realizou o aporte mensal. Como não tive tempo e muito menos espírito pra dedicar ao mercado, preferi esperar. 
O mês foi marcado pela quantidade de dias que algum dinheiro do aluguel caiu na minha conta, simplesmente em 12 dias do mês eu recebi alguns centavos de aluguel de ações, um recorde. Também recebi os dividendos da Ambev que adicionaram ao Patrimônio Líquido do Ipê-amarelo Fund mais alguns reais na batalha pela Independência Financeira do Ipê.
A variação do valor da carteira foi negativa no mês em -3,24% e o rendimento histórico caiu para 16,54% (Dados calculados pelo método da planilha do blog Além da Poupança). Contrastando com dezembro, em janeiro a carteira foi bastante penalizada pelo desempenho negativo da Vale, Eletropaulo e Forjas Taurus. Como é uma carteira pequena e concentrada em poucos ativos a alta volatilidade e variabilidade do desempenho no curto prazo é esperada.

Bom, para Janeiro era isso, que esse mês estúpido vá e não volte mais.

Até breve colegas Investidores.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Poucos tostões... grandes rendimentos.

Olá colegas Investidores!

Complementando a atualização da carteira do Ipê Investidor vou expor aqui alguns números relativos à carteira do Ipê-amarelo Fund®. Esses números são calculados na planilha eletrônica que o Tabebuia montou para acompanhar o portfólio do Ipê-amarelo Fund®, devemos tratar o que será apresentado aqui como métricas secundárias sobre o desempenho da carteira, portanto, alguns números servem mais como curiosidade do que como métrica de desempenho.



A carteira do Ipê-amarelo Fund® criada em 2011, desta forma ela ainda é uma carteira digamos... minúscula! Porém, o tamanho do portfólio propiciou um verdadeiro efeito capitalizador derivado da constância dos aportes mensais ao longo de 2012, e esse efeito deve permanecer aparente, porém diminuindo ano-a-ano por pelo menos mais uns 5 anos. O que eu quero dizer com isso é que sem descontar os aportes, o Patrimônio Líquido do Ipê-amarelo Fund® cresceu 172% entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Como métrica de desempenho do portfólio esse numero não serve, mas é um bom incentivo pras pessoas que como nós poupadores adiam o consumo para aumentar o seu Patrimônio Líquido almejando uma situação melhor no futuro.



Outros dois indicadores que apresentaram um rendimento fenomenal foram os somatórios de aluguéis e proventos recebidos, o crescimento do somatório anual de aluguel recebido foi de 308%, enquanto os proventos recebidos cresceram impressionantes 488% em relação ao que foi recebido em 2011. 






O aluguel das ações do portfólio rendeu somente R$ 33  de 2011 até hoje, muita gente pode pensar que este é um valor tão irrisório que chega a ser dispensável, mas eu não penso assim. Este valor me pagou umas 6 taxas de corretagem, levando em conta que eu geralmente faço em média uma compra por mês e fico isento de taxa de custódia, esse pequeno valor me proporcionou 6 meses de corretagem grátis num universo de 24 meses de investimento, meu único trabalho foi mandar um email pra corretora informando quais os ativos deviam ser enviados ao BTC para aluguel.
O expressivo aumento dos proventos também se deve ao fato de que os ativos comprados ao longo de 2011 não tiveram em minha posse o ano inteiro. Olhando por outra ótica, os proventos recebidos em 2012 renderam o equivalente a meio dia de trabalho por mês, o que também pode parecer  um número irrisório, mas lembre-se que este número cresceu a uma impressionante taxa de 488% em 2012!!! Apesar de eu já prever uma queda grande nessa taxa de crescimento à medida que o montante de dividendos anuais pagos aumente, ainda assim vou receber cada vez mais dias de trabalho e espero chegar o mais rápido possível no dia em que receberei de forma consistente o equivalente a 365 dias de trabalho em proventos ao ano.





É isso aí, good vibrations!!!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Atualização da Carteira DEZ - 12

Olá Colegas Investidores!


Após um merecido descanso na virada do ano, posto hoje a atualização de mensal da carteira do Ipê-amarelo Fund®.
Dezembro foi um mês realmente profícuo para algumas empresas que compõem o portfólio do Ipê Investidor, destaque pra recuperação fenomenal da Eletropaulo (ELPL4) após o anúncio da distribuição de proventos e pra performance consistente das ações da Cielo (CIEL3), estas valorizações contribuíram para a carteira do Ipê Investidor terminar o ano apresentando uma rentabilidade histórica de 22.73%. A rentabilidade anual ficou em 22,03% conforme podemos conferir na tabela "Planilha de Rendimentos - Sistema de Cotas" do excelente blog Além da Poupança.














Em dezembro fiz um investimento "meio sem querer querendo" em Ambev (AMBV3), então a composição da carteira do Ipê Investidor alcançou o número de 7 empresas investidas, distribuídas nas seguintes proporções:


Estando o portfólio distribuído pelos seguintes setores:



O preço atual das ações é o do dia 02 de janeiro mesmo, na hora de fazer este post bateu a canseira da volta do feriadão e acabei não ajeitando as planilhas para os preços de fechamento de dezembro. Abaixo encontram-se também os preços médios de aquisição, os preços  médios descontados os proventos e aluguel dos ativos e as respectivas variações da cotação atual em relação aos preços médios aqui citados.



A pouca diversificação da carteira produz resultados bastante voláteis, então o Ipê Investidor já encontra-se preparado e conformado pra algum vai-e-vem nos valores das cotas do Ipê-Amarelo Fund® no futuro. O Tabebuia que vos fala pretende chegar a um número próximo de 5% da composição da carteira por empresa investida, totalizando cerca de 20 empresas investidas. Esta composição é somente uma ideia, não é objetivo, não pretendo investir em nenhuma empresa só pra chegar ao número 20, principalmente porque se tem uma coisa que o Ipê Investidor não gosta é pagar corretagem à toa!!!

Comentem, critiquem, achincalhem, estamos aí pra isso mesmo é no exercício do contraditório que crescemos como investidores!!

É isso aí, good vibrations!




Tudo o que foi escrito aqui não se configura de forma nenhuma em recomendação para investimentos, se o leitor não se sentir preparado para investir por conta própria é interessante procurar um profissional certificado e de confiança e continuar os estudos, afinal se parou pra ler até aqui é sinal que deve estar se preparando.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

[OFF] Feliz Natal, hohoho!!

Feliz Natal a todos os colegas Investidores, boas festas e um ótimo 2013!!!

Esse período de dezembro geralmente é um pouco tumultuado e fica difícil manter a dedicação e atenção ao blog, mas voltaremos em janeiro após as ressacas de dezembro!




É isso aí abraço a todos e good vibrations!!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

As 15 perguntas de Philip Fischer.

Olá colegas Investidores!

Neste post o Ipê Investidor traz alguns rudimentos da metodologia de investimento do investidor Philip Fisher, autor do livro "Common Stocks, Uncommon Profits" traduzido para o português com o título de Ações Comuns, Lucros Extraordinários (acredito que a tradução mais precisa seria Ações Ordinárias, Lucros Extraordinários, porém provavelmente 70% do público brasileiro associaria a palavra ordinárias a algo negativo),
Warren Buffett costumava dizer que sua filosofia de investimento era 85% Graham e 15% Fisher, Se o velhinho diz isso quem sou eu pra dizer o contrário! Uma passagem pitoresca sobre os dois é o fato de que o P. Fisher sempre chamava o W. Buffett pelo nome do seu pai Howard Buffett, esse fato é confirmado na biografia de Buffett que dizia não se importar com isso, aliás, Buffett deixa claro a grande estima que tinha por P. Fisher
O livro é tiro curto, trazendo uma abordagem da Análise Fundamentalista sob uma perspectiva mais holística, focando nas perspectivas do negócio e suas estratégias de crescimento sustentável e deixando os números do balanço em segundo plano. Acredito que o livro traz boas sacadas sobre o mundo dos negócios, se valendo da  vasta experiência que o autor acumulou atuando a vida inteira como gestor no mercado de capitais. É também uma boa alternativa para olhar a AF de forma diferente, principalmente quando estamos muito mergulhados nos livros de contabilidade, calculando cada centavo do balanço da empresa e quem sabe deixando de focar aspectos importantes que os números tem menos condições de responder. 
As 15 perguntas fazem parte do que autor chama de método Scuttle Buttin' e para cada pergunta o autor faz um comentário detalhado sobre o que ele quer saber com aquela pergunta, permeando a narrativa com exemplos pontuais que o autor vivenciou ao longo da carreira.

Seguem as 15 perguntas:

1) A empresa possui produtos ou serviços com potencial de mercado suficiente para viabilizar um aumento considerável nas vendas por diversos anos?


2) A administração está determinada a continuar a desenvolver produtos ou processos que aumentariam ainda mais o potencial do total de vendas caso o potencial de crescimento das linhas de produção mais atraentes do momento já tenham sido explorados exaustivamente?

3) Quais são os efetivos esforços da empresa em P&D em relação ao seu porte?

4) A empresa possui uma organização em vendas acima da média?

5) A empresa possui uma margem de lucro considerável?

6) O que a empresa faz para manter ou melhorar as margens de lucro?

7) A empresa possui boas relações trabalhistas com o quadro de pessoal?

8) E empresa conta com boas relações com seus executivos?

9) A empresa conta com certa profundidade em relação à sua gestão?

10) Quão boa é a auto-análise da empresa e o seu controle contábil?

11) Há outros aspectos da empresa, peculiares ao segmento de atuação envolvido, que possam dar ao investidor 
dicas importantes sobre como a empresa pode sobressair com relação à competitividade?

12) A empresa possui uma estratégia de curto ou de longo prazo em relação aos lucros e resultados?

13) Será que num futuro previsível, o crescimento da empresa exigirá uma parcela maior para investimentos 
sobre os resumos financeiros positivos, a ponto de diminuir a distribuição de dividendos provenientes desse crescimento antecipado?

14) A empresa fala abertamente com os investidores sobre os seus negócios quando as coisas vão bem, mas “se fecha” em situações conturbadas e diante de decepções?

15) A empresa conta com uma diretoria de integridade inquestionável?

As perguntas já deixam claro a preferência do autor por investir em empresas que tem perspectivas de crescimento em valor e com excelentes administrações, não se importando muito com dividendos. Não entendo ser possível para o Investidor pessoa física (quem sabe nem pros tubas e nem pros próprios gestores das empresas) responder essas questões com cem por cento de precisão. Além disso, temos que ter em mente que o Sr. Fisher era um gestor que conforme informações do livro, tinha o hábito de pesquisar sobre as empresas e setores diretamente com as pessoas envolvidas, sejam gestores ou empregados. Isso é um privilégio de quem trabalha em tempo integral com investimentos, o que não é o caso do Ipê Investidor, que diga-se de passagem sequer pode dizer que trabalha com investimentos.
Particularmente eu gosto de pensar sobre os conceitos intrínsecos às 15 perguntas em relação aos investimentos do portfólio do Ipê Investidor. Também penso nesses conceitos em relação às empresas que possam compor o portfólio no futuro.

As perguntas número 1, 9 e 12 também podem auxiliar objetivamente na busca por empresas que não deixem os Investidores no mato-sem-cachorro por eventos do tipo:

1 - Venda caiu, lucro fugiu!


9 - Apertem os cintos, o gestor sumiu!



12 - LUCRÃÃÃOOO!!! lucrinho... lucrinho... lucrinho... lucrinho...  lucrinho... lucrinho... lucrinho...



O Sr. Philip Fisher faleceu em 2004 aos 97 anos. Homenageando postumamente posto o vídeo homônimo ao método, do mestre Stevie Ray Vaughan... Scuttle Buttin`!!




É isso aí, good vibrations!!